domingo, 20 de dezembro de 2009

O espaço brasileiro: Revelo e estrutura geológica


O relevo é o conjunto das formas da crosta terrestre, manifestando-se desde o fundo dos oceanos até as terras emersas, e é resultado da ação de forças endógenas, ou exógenas. Encontramos formas diversas de relevo: montanhas, planaltos, planícies, depressões, cordilheiras, morros, serras, inselbergs, vulcões, vales, escarpas, abismos, etc.


Relevo Submarino

De acordo com a profundidade, podemos diferenciar no relevo submarino várias partes com características próprias:

  • Planalto continental: corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos, a declividade entre os pontos é modesto, o relevo possui 70 quilômetros e 200 metros de profundidade.
  • Ilhas oceânicas: são pequenas extensões de terras emersas que se formam no fundo dos oceanos e se afloram na superfície.
  • Talude continental: área de alta declividade muito estreita, esse tipo de relevo tem início a 200 metros de profundidade e pode atingir aproximadamente 2.000 metros.
  • Bacia oceânica: área sedimentar que se encontra em regiões profundas do oceano com profundidade que oscila entre 2.000 a 5.000 metros e relevo suave.
  • Fossas marinhas: áreas profundas dos oceanos que podem atingir 8.000 metros.
  • Cadeias oceânicas: As maiores cadeias de montanhas do mundo estão localizadas no assoalho oceânico.


Relevo Continental

  • Planaltos: relevo constituído por irregularidades (de forma ondulada), grande parte dos casos localizados em altitudes superiores a 300 metros acima do nível do mar. São considerados planaltos: serras escarpas e chapadas. Um dos aspectos particulares desse tipo de relevo é que o mesmo libera sedimentos para as áreas mais aplainadas ou baixas, favorecendo o surgimento de depressões e de planícies.
  • Cadeias de montanhas: são formadas por um conjunto de montanhas que se encontram aglomeradas em uma região. As mesmas possuem grandes altitudes, bem superiores em relação aos outros tipos de relevos continentais, além de serem bastante acidentadas com encostas íngremes. Em razão dessa característica, as cadeias de montanhas sofrem frequentemente com os processos erosivos proporcionados pela ação do vento, água e gelo. As cadeias de montanhas ou cordilheiras abastecem de sedimentos as áreas ao seu redor.
  • Depressões: relevo caracterizado pelo rebaixamento repentino do relevo, ou seja, corresponde a uma área com altitude mais baixa que as áreas que circundam. As depressões são classificadas em dois tipos: depressão relativa (que apresenta altitude mais baixa que as áreas ao redor, mas estão acima do nível do mar) e absoluta (se apresenta abaixo no nível do mar). As depressões geralmente são planas, em razão dos processos erosivos aos quais se sujeitaram ao longo de milhares de anos.
  • Planícies: tipo de relevo caracterizado por apresentar uma superfície bastante plana, oriunda da sedimentação provocada por processos erosivos ocorridos em pontos mais elevados. É bom ressaltar que existem planícies em diversas altitudes, no entanto, a maioria se encontra em elevações modestas em relação ao nível do mar.


Relevo do Brasil

O relevo brasileiro duas características se destacam: a sua antiguidade e as baixas altitudes.

Relevo corresponde às irregularidades contidas na superfície terrestre. O Brasil possui um relevo plano sem a presença de grandes montanhas, somente 3% do território nacional possui altitude superior a 900 metros.

O relevo apresentado no Brasil é resultado das ações dos fatores modeladores, que podem ser endógenos ou exógenos.

Os fatores endógenos (internos) correspondem ao vulcanismo e o deslocamento de placas litosféricas, já os fatores exógenos (externos) são decorrentes de processos erosivos promovidos pela ação do vento (eólica), chuva (pluvial) e rios (fluvial). O relevo brasileiro foi delineado ao longo de milhões de anos.

Os tipos de relevo existentes no Brasil recebem duas formas de abordagem. A primeira abordagem foi realizada na década de 60 pelo Geógrafo brasileiro Aziz N. Ab’Saber, que apresentou duas formas de relevo constituídas por planaltos e planícies. Segundo Ab’Saber, aproximadamente 75% do território nacional é composto pelo planalto das guianas e o planalto brasileiro.

O restante do território (25%) é constituído por planície, que são classificadas em planície e terras baixas Amazônicas, planície e terras baixas Litorâneas e a planície do Pantanal.

No ano de 1989, o geógrafo da Universidade de São Paulo, Jurandyr Ross, a partir de um profundo estudo da vegetação, hidrografia e geologia, estabeleceu uma nova classificação acerca do relevo brasileiro.

De acordo com os dados levantados através de radares acoplados em aviões, ele constatou que o território brasileiro apresenta três características de relevo, planaltos, planícies e depressões.

Na classificação de Jurandyr Ross, os tipos de relevo apresentados subdividem-se em 28 configurações, sendo 11 planaltos (acima de 300 metros de altitude), 6 planícies (200 metros de altitude) e 11 depressões (altitude varia entre 100 e 500 metros).


Relevo do Brasil - Aroldo de Azevedo


Estrutura geológica do Brasil - Aziz Ab’Saber


Relevo do Brasil – Classificação Geomorfológica - Aziz Ab’Saber


Relevo do Brasil - Classificação de Jurandyr Ross


Principais relevos brasileiros

Planaltos

Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas formações erodidas. Os planaltos são chamados de "formas residuais" (de resíduo, ou seja, do que ficou do relevo atacado pela erosão). Podemos considerar alguns tipos gerais:

  • Planaltos em bacias sedimentares: Como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Podem ser limitados por depressões periféricas, como a Paulista, ou marginais, como a Norte-Amazônica.
  • Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos) são formações antigas da era Pré-Cambriana, possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, chamados de Planalto das Guianas nas classificações anteriores.
  • Planaltos em núcleos cristalinos arqueados: São planaltos que, embora isolados e distantes um dos outros, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o Planalto da Borborema.
  • Planaltos dos cinturões orogênicos: São os planaltos que ocorrem nas faicas de orogenia antiga correspondem a relevos residuais por litologias diversas, quase sempre metamórficas associadas a intrusivas. Estas unidades estão em áreas de estruturas dobradas correspondentes aos cinturões Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlântico. Nesses planaltos encontram se inumeras serras, associadas a resíduos de estrutura dobradas intensamente, atacados por processos erosivos. Tem-se como exemplo; os planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste, os planaltos e serras de Goiás-Minas e As Serras residuais do alto Paraguai.

Depressões

Nos limites das bacias com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era Cenozóica. São as depressões, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas características e localização.

  • Depressões periféricas: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.
  • Depressões marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a Depressão Marginal Sul-Amazônica.
  • Depressões interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam, como a Depressão Sertaneja e do São Francisco.

Planícies

Nessa classificação grande parte do que era considerado planície passou a ser classificada como depressão marginal. Com isso as unidades das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Podemos distinguir:

  • Planícies costeiras: Encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
  • Planícies continentais: Situadas no interior do país, como a Planície do Pantanal. Na Amazônia, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios. O professor Aziz Ab'Saber já fazia esta distinção, chamando as várzeas de planícies típicas e as outras áreas de baixos-platôs.

Integrantes do grupo: Arthur Cardoso, Ismael Cardoso e Roger Rübenich

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